Novo salário mínimo maltrata quem mais sofre com a crise

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que o governo enviou ontem ao Congresso Nacional, prevê um reajuste de 8,9% no salário mínimo, que iria para R$ 506,50. Tinha que ser muito mais? Claro que sim. Mas defender um aumento muito maior, sem oferecer fontes de recursos, seria irresponsável. O que se pode dizer, sem flertar com a demagogia, é que os trabalhadores brasileiros de baixa renda, assim como os aposentados - muitos dos quais ainda em atividade para complementar renda - mereciam, sim, um tratamento mais generoso do governo. E mereciam por uma razão muito simples e especial: o país entrou de cabeça na tsunami que Lula acreditava ser marolinha. A economia entrou em crise, grandes e médias empresas estão demitindo de roldão. O Brasil perdeu 750 mil empregos formais nos últimos três meses. O governo tem liberado linhas de crédito e isenções fiscais para os empresários, mas nem sempre se lembra da ponta mais frágil da crise – o operário, o trabalhador de baixa renda, o aposentado. Para estes, um aumento mais significativo do salário mínimo seria ato de justiça e, mais do que isto, demonstração de opção política do governo pelos mais pobres.

0 comentários:

 
©2009 Alexandre Cardoso | by TNB